11 de setembro de 2001, eu estava conversando com uma amiga com a TV ligada de repente ela se vira e diz: “Nila isso é de verdade?”
Quando olhei para TV vi uma das torres gêmeas caindo e a legenda passando em baixo das imagens: isso não é um filme, é real!
Eu me levantei eufórica, com os braços levantados e antes de falar qualquer coisa meus telefones começaram a tocar, o de casa e o celular. Eram meus amigos do curso de História ligando para eu ligar a TV e ver o que estava acontecendo, e enquanto eu falava com meu amigo/irmão Fred a outra torre caiu, bem diante de meus olhos!
Foi uma sensação incrível! Uma corrente de sentimentos e adrenalina estávamos presenciando um momento histórico fantástico, algo que mudaria toda a trajetória do mundo.
Devo confessar que naquela ocasião eu não pensei no número de mortes ou na dor das demais pessoas, pode parecer egoísmo de minha parte, mas naquele momento eu era uma estudante do curso de História, feminista, militante política e contra o neoliberalismo e o imperialismo norte-americanos, ver as torres gêmeas caindo era como ver um ataque ao coração do inimigo. Mas é claro que depois veio a pena.
Pena por todos aqueles que morreram sem nada haver com a história, pena pelas inúmeras famílias destruídas, pelos inúmeros órfãos que seguiram.
E depois veio o medo. Medo pelo o que aconteceria, medo do modo que os EUA reagiriam, medo por uma 3º guerra mundial.
Lembro-me muito bem como as TVs foram atrás dos historiadores para explicar a crise que estava se instalando. Eu dava aula nesse dia e ao chegar ao colégio, coloquei uma TV na sala e começamos a analisar as falas dos especialistas a imagens e as noticias em tempo real. Nunca mais falei de História contemporânea como aquele dia.
É claro que os acontecimentos que seguiram após o ataque foram desastrosos, os EUA se auto - intitularam paladinos da justiça e o seu presidente foi quase um papa ao convocar uma Cruzada contra o Islã ao qual ele denominou Terrorismo. Países que não tiveram nada haver com o ataque foram atacados e destruídos, justificativas de guerras foram inventadas, pessoas foram manipuladas e inocentes foram torturados em nome de acabar com o terror.
Mas pode o Terror acabar com o Terror? Quem treinou e armou os terroristas que atacaram os EUA? Quem sabia dos ataques e duvidou que eles iam acontecer?
Teorias da conspiração surgiram e minha preferida foi descrita e esmiuçada por Michael Moore em seu documentário Fahrenheit 9/11. Um filme incrível que mostra como os EUA viveram o “grande medo” pós ataque e como seu políticos reagiram criando uma guerra para acalmar um país e desviar a atenção dos verdadeiros culpados pela atrocidade que eles viveram. Michael Moore não tem medo, nem “papas na Língua” em apontar e acusar esses culpados. O filme merece ser assistido é uma fonte excelente para análises.
Passado estes 10 anos, vivemos em mudo onde os EUA não são mais os únicos senhores da economia mundial, aquela a qual eles tanto temiam e treinavam seus “terroristas” para atacá-la tornou-se uma potencia que se embate de igual para igual. Mas em uma coisa eles conseguiram vencer, aumentaram exponencialmente o xenofobismo, o preconceito e os estereótipos aos diferentes.
Exportaram até novos conceitos para designar isso quando acontece nas escolas, continuam vendendo seu modo de vida americano, mas deixando clara que a melhor parte da vida é para eles.
Talvez minha analise sobre o “11 de setembro” devesse seguir outro caminho, mas cientifico quem sabe, ou ainda nos moldes estipulado pelo governo norte americano de como esse episódio deve ser lembrado. Mas esse acontecimento foi algo que vi e sentir, faz parte da minha experiência de vida e na História as experiências falam mais que os fatos.
Por isso prefiro contar uma História vista de baixo, por anônimos que apenas confiar na oficialidade dos governos. Compartilho minha experiência com vocês.
E me despeço com saudações históricas.
Evoé a todos.
Amiga Nila, também me lembro desse dia como se fosse ontem. Tava deitada no chão da sala assitindo um desenho japones quando entrou o plantão da globo...era uma imagem tão surreal que nem conseguíamos crer que realmente não era cena de filme. lembro do clima de tensão que pairou no ar depois daqueles dias, parecia de verdade o prenúncio de uma outra grande guerra mundial...e nós estávamos presenciando tudo, vivíamos a história tal qual nossos avós viram a quebra da bolsa de valores , as duas outras grandes guerras , enfim...muita loucura.
ResponderExcluirgostei do post
bjo
Pris
Valeu pelo comentário Pris.
ResponderExcluirAproveita para seguir o bloguinho^^
Com certeza chocou a todos, mas após um tempo, alguns lembraram o porquê de tais acontecimentos... Lógico que nem todo estadunidense merecia isso, mas que o país-nariz-empinado tremeu nas bases, tremeu...
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