domingo, 25 de setembro de 2011

Vamos Falar de coisas sérias: Educação e Política

Quando criei “As Crônicas de Nila”, pensei em um espaço para escrever coisas não tão sérias, este blog foi pensando como um lugar para colocar minhas ficções, meus devaneios, trivialidades e cotidianos para quem sabe, escrevendo despreocupadamente, eu voltasse a ter prazer em escrever academicamente.


Todavia meu cotidiano é repleto de coisas sérias e acadêmicas e às vezes não há como fugir dessa realidade. Habitualmente surge em meu universo profissional e acadêmico coisas que me deixam tão barbarizadas que só escrevendo ou gritando para poder me acalmar e essa semana foi uma das repletas de atrocidades contra a educação, que vão desde a situação caótica que o governo trata a educação até colegas de trabalho que são incapazes de conduzir uma discussão acadêmica com calma e serenidade, separando as divergências intelectuais dos problemas pessoais.

Essas questões me deixam extremamente tristes, o discurso vazio, desprovido de experiências que os políticos utilizam para eleger-se é tão enraizado na cultura de nossa população que por mais que lutemos para extingui-lo sempre teremos aqueles que inconscientemente se levantam e defendem e estes também podem ser professores e intelectuais.

Outra questão que me revoltou essa semana, e de certa forma acaba ligada a primeira, foi o descaso do poder público com a escola. Sei que muitos vão afirmar: Ah! Mas isso é comum!
De fato é comum, mas jamais irei me acostumar, não posso me acostumar, minha ÉTICA não me permite!
Essa semana os ônibus que conduzem os alunos de casa par escola e vice versa, simplesmente “pregaram”. E não pregaram por que as estradas estão esburacadas a ponto de invalidar uma peça ou furar um pneu, não pregaram porque são ônibus velhos sem estrutura ou segurança para carregar quase 200 alunos, não, não foi por isso. Pregaram pelo simples fato de não ter óleo.
Isso mesmo meus caros amigos, os ônibus não tinham óleo, combustível para rodar.
O resultado foi quase 80 alunos tendo que voltar à escola a pé, com apenas um funcionário, que os acompanha no ônibus para deixá-los, em meio a uma estrada perigosa com elevado fluxo de carretas e caminhões, pois a região é repleta de indústrias de extração de minério e jazidas de areia, pedra etc.
O pior foi ver o desespero e a humilhação de quem é responsável por essas crianças na escola, que começou a ligar insistentemente para providenciar uma solução ao impasse.  A distância da escola para algumas comunidades estão a quase 20 km de distancia da escola e ir a pé enquanto anoitecia era loucura, para não dizer crueldade!
Mas a resposta as súplicas só veio 2horas depois. Eu atendi ao telefone:
“Diga à diretora que já enviei um e-mail ao secretário, ele já está sabendo do ocorrido”.
Email? Às 19 horas? E os ônibus? Não vão vim?
Não, ele não foram, não houve ônibus para levar as crianças.
Pais chegavam de bicicletas, a pé, de carro, caminhonete, de carona, atrás dos seus filhos, os que sobraram foram de ônibus coletivo depois que foi pedido carona.
É assim que essa administração trata a educação, distribuindo leite, fardas, mas não dando o que é de fato seu dever EDUCAÇÃO.

A escola em que trabalho agoniza e só funciona porque uma parte dos professores é extremamente compromissada, mas há 14 carências, isso significa que faltam 14 professores para completar o quadro. Existem turmas que não tem professor de Educação física, por exemplo, há mais de quatro anos. Não há coordenadores em nenhum dos turnos, os funcionários, que fazem o serviço administrativos, estão a três meses com salários atrasados, os professores contratados não recebem em dia e o microônibus que fazia o transporte dos alunos a noite simplesmente deixou de aparecer com a justificativa que não dinheiro para colocar gasolina e a demanda do Eja é muito pequena.
Por que são menos alunos eles não tem os mesmos direitos? Eu me pergunto para onde vai a verba do Fundeb?
Nem posso responder, pois assim como na ditadura militar onde a liberdade de expressão era tolhida, temos até Deputadas, partidárias da administração, ligando para as rádios de oposição ameaçando de processo por falar a verdade.
A lei é usada a favor dos exploradores e A Censura de hoje se chamar Processo.
A mudança só poderia vim pela Educação, mas como se essa política, que é mais baixa que a neoliberalista, sucateiam as escolas e negligência professores a quem mais precisa?
Como poderá haver mudanças se as crianças não têm com chegar às escolas?
Como poderá haver mudanças se não sabemos para onde vai a verba destinada a educação? Será que vai para pagar as propagandas que dizem “você pode não ver, mas estamos trabalhando”?
A propaganda do Canal Futura diz que são as perguntas que movem o mundo, mas por quanto tempo terei que perguntar para obter respostas?

sábado, 17 de setembro de 2011

Quando não sabemos controlar o que sentimos.

Esse sentimento é uma coisa até difícil de descrever, é algo que você sente e pronto.
Às vezes ele se torna irracional, por mais que você saiba que não há nem um problema, que está tudo perfeitamente normal e controlado você não tem como dizer ao cérebro (ou será coração?) para não sentir o que sente.
Quando não controlado ele te prejudica, envergonha, paralisa até.  As pessoas ao teu redor costumam te consolar dizendo que está tudo bem que já passou ou ainda vai passar.
Se vocês pensam que estou falando de amor, errou! O sentimento descrito é o Medo. Incrível como ele pode ser descrito com algumas características do amor, claro que do amor não correspondido. E acho que isso ocorre porque quando amamos a quem não nos ama, o medo se instala diretamente.
Mas não venho aqui para falar das semelhanças de amor e medo, venho para desabafar, para relatar um pouco de minha experiência com o medo, não o medo do que possa acontecer no futuro ou medo comum de violência, desastres, acidentes etc., hoje eu venho falar das fobias.

Segundo a Wikipédia, Fobia (do Grego φόβος "medo"), em linguagem comum, é o temor ou aversão exagerada ante situações, objetos, animais ou lugares, às vezes essas fobias ganham até seu próprio nome como aracnofobia (medo de aranhas), claustrofobia (medo de lugares fechado) a tantas outras.
Por minha vez meu medo irracional é por agulhas. É comum na infância você ter medo de injeções e por mais que você não goste da coisa o processo de amadurecimento te faz compreender que aquilo é necessário para você.
Todas as vezes que tive que tomar injeções ou fazer exames, ou ainda ter que me furar de alguma forma eu pensava assim, eu preciso de todo um processo de conscientização para poder suportar as agulhas, e é claro nunca, em hipóteses alguma olhar o objeto em si.
Mas recentemente fiz um exame chamado eletroneuromiografia, fui na maior inocência a primeira parte do exame o médico, um neurologista que no meu caso era um mcsteamy (quem assiste Gray Anatomy vai entender)  começa a fazer uma série de teste, aqueles martelinhos em que ele vai batendo em partes do teu corpo e você vai tendo reações involuntárias, levanta a perna, o braço e etc, é engraçado e até ai eu achei divertido.
Depois ele começa a dá pequenos choques com um aparelhinho em pontos medidos milimetricamente, é desconfortante, mas não chega a doer, são mais alguns sustos que qualquer outra coisa, eu até ria com a situação.
Mas a última parte do exame para mim foi uma tortura, meu médico antes de fazer qualquer coisa ele me explicava o que ia acontecer, quando ele disse enfiaria algumas agulhas para estudar os nervos eu simplesmente entrei em pânico.
Tentei me controlar fechei os olhos e a cada agulhada eu sofria, depois das quatro primeiras eu virei o rosto e vi o tamanho da agulha, daí me descontrolei, chorei copiosamente e o que é mais estranho é que eu dizia ao meu cérebro que estava tudo bem, mas meu corpo não respondia, as furadas não doem ou pelo menos eu acho que não dói, eu só conseguia pensar no tamanho daquela agulha no meu corpo, consegui realizar o exame mas fiquei numa situação deplorável, corri para a casa da minha amiga para abraçar minha afilhadinha e quem sabe entender o que eu passei.
Mais calma cheguei a algumas conclusões:
1.                  Não tenho um simples medo, tenho verdadeira fobia por agulhas, e olha que até achei o nome da coisa Aicmofobia, Aiquimofobia ou Belonofibia - Medo de agulhas, injeções, objetos pontudos ou perfurantes.
2.                  Definitivamente não farei acupuntura
3.                  Solidarizar-me-ei com todos que tiverem algum medo irracional.

Fiquei pensando como esse medo é estúpido, mas ainda assim impossível de não senti-lo, felizmente apesar de toda a vergonha, eu ainda posso controlar, quer dizer suportei sete agulhadas no meu corpo, não sei como me sentiria se tivesse mais.
Mas e você qual seu medo irracional?

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de setembro: O dia que os Estados Unidos caiu.

11 de setembro de 2001, eu estava conversando com uma amiga com a TV ligada de repente ela se vira e diz: “Nila isso é de verdade?”

Quando olhei para TV vi uma das torres gêmeas caindo e a legenda passando em baixo das imagens: isso não é um filme, é real! 
Eu me levantei eufórica, com os braços levantados e antes de falar qualquer coisa meus telefones começaram a tocar, o de casa e o celular. Eram meus amigos do curso de História ligando para eu ligar a TV e ver o que estava acontecendo, e enquanto eu falava com meu amigo/irmão Fred a outra torre caiu, bem diante de meus olhos!
Foi uma sensação incrível! Uma corrente de sentimentos e adrenalina estávamos presenciando um momento histórico fantástico, algo que mudaria toda a trajetória do mundo.
Devo confessar que naquela ocasião eu não pensei no número de mortes ou na dor das demais pessoas, pode parecer egoísmo de minha parte, mas naquele momento eu era uma estudante do curso de História, feminista, militante política e contra o neoliberalismo e o imperialismo norte-americanos, ver as torres gêmeas caindo era como ver um ataque ao coração do inimigo. Mas é claro que depois veio a pena.
Pena por todos aqueles que morreram sem nada haver com a história, pena pelas inúmeras famílias destruídas, pelos inúmeros órfãos que seguiram.
E depois veio o medo. Medo pelo o que aconteceria, medo do modo que os EUA reagiriam, medo por uma 3º guerra mundial.
Lembro-me muito bem como as TVs foram atrás dos historiadores para explicar a crise que estava se instalando. Eu dava aula nesse dia e ao chegar ao colégio, coloquei uma TV na sala e começamos a analisar as falas dos especialistas a imagens e as noticias em tempo real. Nunca mais falei de História contemporânea como aquele dia.
É claro que os acontecimentos que seguiram após o ataque foram desastrosos, os EUA se auto - intitularam paladinos da justiça e o seu presidente foi quase um papa ao convocar uma Cruzada contra o Islã ao qual ele denominou Terrorismo. Países que não tiveram nada haver com o ataque foram atacados e destruídos, justificativas de guerras foram inventadas, pessoas foram manipuladas e inocentes foram torturados em nome de acabar com o terror.
Mas pode o Terror acabar com o Terror? Quem treinou e armou os terroristas que atacaram os EUA? Quem sabia dos ataques e duvidou que eles iam acontecer?
Teorias da conspiração surgiram e minha preferida foi descrita e esmiuçada por Michael Moore em seu documentário Fahrenheit 9/11. Um filme incrível que mostra como os EUA viveram o “grande medo” pós ataque e como seu políticos reagiram criando uma guerra para acalmar um país e desviar a atenção dos verdadeiros culpados pela atrocidade que eles viveram. Michael Moore não tem medo, nem “papas na Língua” em apontar e acusar esses culpados. O filme merece ser assistido é uma fonte excelente para análises.
Passado estes 10 anos, vivemos em mudo onde os EUA não são mais os únicos senhores da economia mundial, aquela a qual eles tanto temiam e treinavam seus “terroristas” para atacá-la tornou-se uma potencia que se embate de igual para igual. Mas em uma coisa eles conseguiram vencer, aumentaram exponencialmente o xenofobismo, o preconceito e os estereótipos aos diferentes.
Exportaram até novos conceitos para designar isso quando acontece nas escolas, continuam vendendo seu modo de vida americano, mas deixando clara que a melhor parte da vida é para eles.
Talvez minha analise sobre o “11 de setembro” devesse seguir outro caminho, mas cientifico quem sabe, ou ainda nos moldes estipulado pelo governo norte americano de como esse episódio deve ser lembrado. Mas esse acontecimento foi algo que vi e sentir, faz parte da minha experiência de vida e na História as experiências falam mais que os fatos.
Por isso prefiro contar uma História vista de baixo, por anônimos que apenas confiar na oficialidade dos governos. Compartilho minha experiência com vocês.
E me despeço com saudações históricas.
Evoé a todos. 

sábado, 3 de setembro de 2011

Papos, Ideias e Músicas: Detonando o Reiniciar

Ops! Passei uma semana sem escrever, mas isso porque na semana anterior coloquei dois post, então tô perdoada né? ^_^ 
Bom, mas de qualquer forma quase me esqueci dessa semana, fiz tanta coisa, mas tanta coisa que nem sei por onde começar. 
Minha cabeça fervilhou de idéias, mas como eu mesmo disse a vocês estou com uma imensa dificuldade em escrever, e quando eu finalmente sento na frente d o PC para escreve "puft" some tudo...
Mas vamos deixar pra lá, estou procurando um aplicativo para poder escrever no blog pelo celular, mas ainda não o encontrei, acho que quando eu achar vai ser mais rápido para postar as idéias, me deu muita vontade de escrever enquanto eu ouvia uma entrevista no rádio do Tico Santa Cruz, o programa era o Pânico.
Detesto o programa de TV, mas o do rádio é ótimo, vai entender né, mas enfim o Tico foi um cara que aprendi a respeitar ele tem um visual para lá de estranho, facilmente estereotipado como um marginal, mas o cara possui uma consciência política e social que já vi poucas vezes em jovens bandas
E olha que não estou falando dele hoje, passei a respeitá-lo depois que o vi no MM festival, o Detonautas era uma das bandas que ia tocar, eu fui apenas pelo Rapa, que amo de paixão, mas me surpreendi com a banda do Tico, não tanto pela musica, mas pelo fato dele ter parado o show para intervir em um briga e passar a maior lição de moral nos dois idiotas que brigavam, foi essa atitude que me fez "olhar" as letras e dizer, nossa até que estes Ogros têm conteúdos (o termo ogro não tem o mesmo significado do usado no vocabulário das redes sociais, o chamava de ogro pelo jeito grutal em que ele se apresentava)
Passei a ouvir e até a gostar de Detonautas. Ao ouvi-lo na jovem pan passei mais ainda a admirá-lo. A entrevista falou de tudo um pouco, mas se concentrou em como o universo das músicas de rock, ou daqueles que se dizem rock, está atualmente. É claro que ele falou de Restat tomando muito cuidado para não criar uma intriga generalizada, mas o Tico falou a mais pura verdade, essas bandas são uma moda como tantas outras que vai passar e desaparecer, e citando Lobão disse: “quando essas meninas começarem a menstruar elas vão procurar outras coisas” e é isso mesmo daqui um tempo bandas como Restat serão só lembranças por isso aos meus colegas reacionários tenham calma. As musicas de Chico, Legião, Titãs, Cazuza, serão para sempre e essa geração fatalmente se encontrará com elas quando estiver maduro o suficiente para compreendê-las. 
Sei que é difícil agüentar a exposição exagerada que elas têm, eu mesma não suportava nem sequer falar delas e já começava o discurso de como é absurdo o que as crianças e os adolescentes escutam hoje em dia e blá, blá, blá, até que uma simples frase de minha amiga me fez repensar todo meu conceito sobre isso:
“Nila, o Restat de Hoje são os Menudos de ontem”, 


Nossa! Vocês não sabem como isso me chocou e me conscientizou. Tudo tem seu tempo! Como pude esquecer-me disso? O que me faz lembrar outra frase fantástica do Tico:
 “Eu quero que minha não seja uma banda em que os jovens vão ter vergonha de dizer que eram fãs”
Pois é... Eu era fã dos Menudos. Não sinto completamente vergonha, mas também não é uma coisa que eu me orgulhe e saia espalhando por ai (apesar de eu acabar de fazer isso né?, ^_^)
Hoje eu escuto Rapa, Roupa Nova, Capital, Engenheiros, Titãs, Cazuza, Chico, etc., etc. Por isso caros amigos sempre que seus filhos, alunos ou qualquer outra criança que estiver perto ouvirem suas bandinhas e idolozinhos adolescentes, tenham calmos!
 Existe vida após Restat!

Bjos e até.