domingo, 25 de março de 2012

400 anos de São Luis e a perseguição do 'E se"


Nesse ano em que são Luis completa 400 anos todo o marketing se volta para a festividade, sei que há muito a se comentar por essa ocasião, principalmente por que temos tanto a refletir, a criticar, a denunciar, tanto a se fazer antes de comemorar qualquer coisa...

Não vou me eximir de falar das mazelas de São Luis, da falta de políticas públicas que a cidade não recebe e desse governo apócrifa e fascista que temos a frente da prefeitura. Tudo isso será falado a seu momento;
Mas hoje eu resolvi falar do marketing dos 400 anos que se espalha pela cidade.
As empresas estão entupindo a cidade com seus outdoors e busdoors sobre a “festa”. Temos de tudo, crianças com camisa de casarões, restaurantes exaltando a culinária e até jacarezinhos e esquilinhos enlouquecidos por reformas em casarões.
Mas de todos o que mais me chateou foi à falta de sensibilidade de um curso de inglês. Na ânsia de promover o que acham que é o melhor para a cidade, acabaram por desmerecer nossa história. 
Se a gente tivesse chegado antes muita coisa seria diferente

Evidentemente se tivéssemos sido colonizados pelos ingleses estaríamos em uma situação diferente, mas quem garante que seria melhor?

Seriamos um novo EUA? Ou estaríamos como o Sudão, Quênia, Nigéria, Uganda ou mesmo a Somália, afinal eles também foram colônias inglesas.

Mas ninguém comenta a destruição que os ingleses fizeram por lá não é verdade?

Só posso dizer que o curso, ou melhor, a equipe publicitária, foi extremamente infeliz em sua estratégia de marketing, se o alvo era demonstrar a necessidade do inglês em um mundo globalizado, ele não alcançou seus objetivos, a propaganda passa a ideia que uma cultura é melhor que a outra e hoje essa visão preconceituosa é muito combatida e tenta ser substituída pela exaltação da diversidade;

Seria tão difícil fazer uma campanha assim? Respeitando as diferença e mesmo assim atraindo cliente? Acho que não, já que este outro curso, também de inglês, compreendeu muito bem a globalização que vivemos:

 

O mundo não fala só inglês, mon ami.

Há ainda outdoor que diz: O mundo não fala só inglês, mi amigo. 
Referindo-se ao curso de espanhol.  


Existem outras culturas e precisamos da diversidade e não é renegando ou nos lamentando de nossa colonização que cresceremos. Se quisermos um país diferente o processo de mudança é agora.

Nossos 400 anos não é para lamentarmos por sermos a cidade mais portuguesa do Brasil, não é nem para lembrarmos-nos das glorias do passado, se é que existiram, mas sim advertir que temos sonhos futuros e para que eles sejam alcançados é necessário transformar o presente!

No ano em que completamos 400 anos, temos a chance de eleger um novo governo municipal, uma nova câmara de veadores, temos a chance de mudar, não vamos deixar que nos escape, não vamos nos lamentar pelo que não fomos mas vamos acordar para o que podemos ser.

Filosofia barata? Pode ser... Mas ainda são essas palavras  que podem ser usadas para, quem sabe, comemorar 401 anos bem mais felizes que esses 400 de agora.




Evoeh para todos.

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