quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Discriminação contra leitura?! Sim é possível. Até onde vai o preconceito!



"Existe uma piada antiga que diz que um homem acordou nos dias de hoje, depois de 100 anos dormindo.
Sendo assim, era como um viajante do tempo visitando o futuro. É claro que se encantou com tudo que viu no mundo. Pessoas andando pelas ruas e falando sozinhas, com equipamentos Bluetooth presos na orelha; crianças sentadas no sofá movimentando personagens numa tela de cristal liquido através de um tipo de controle remoto; homens que estariam mortos em outra época, sobrevivendo com marca-passos cardíacos. Aeroportos, shoppings, hipermercados, hospitais, tudo o surpreendia.
Até que ele entrou numa sala de aula e disse: “-Ah! Isso aqui é uma escola! Eram exatamente assim na minha época!"

Eu considero a piada acima de extremo mau gosto para os educadores, há quem a considere uma crítica para as mazelas da escola hoje, pode até ser, mas a escola de hoje não é a mesma de séculos atrás.



Estamos em realidades diferentes, pessoas diferentes, tempos diferentes!

Fico extremamente triste e preocupada quando ouço pessoas falando do passado escolar como se ele fosse ótimo e não tivesse seus problemas. Fico mais preocupada ainda quando vejo professores abraçando-se na bandeira do passado e renegando o próprio presente, confundindo avanços tecnológicos, transformações naturais na cultura como ameaça à tradição e bons costumes.


Falo isso porque fui surpreendida por uma matéria em um dos blogs literários que acompanho, cacadoradelivros no qual ela chama atenção para o preconceito com o qual um texto publicado no Portal Literário tratou os blogs de divulgação de livros e literários. Em seu texto a autora refere-se a esse blogs de divulgação, principalmente de literatura fantásticas, infanto juvenil e afins como:


" epidemia sacrossanta! [...] – por jovens nascidos entre final dos anos 80 e início dos 90. Anos marcados por uma literatura frugal e inconsistente! " 

Gostaria muito de saber que referencial teórico a autora usou para  definir como frugal e inconsistente duas décadas de produção!

Será que por frugal ela se referiria a Rubens Fonseca, ou a Moacyr Sciliar que segundo Alfredo Bosi   inauguram uma literatura brutalista, critica da ordem social vigente? Ou quem sabe ela chama de inconsistente as obras  de José Saramago, Pierre Bourdieu ou Michel Foucault, pois se não estou equivocada ambos escrevem nessas décadas.

Mas o problema maior não é a década, o texto está centrado em denigrir e discriminar blogs que propagam a literatura infanto juvenil, Segundo a autora:

"que mensagens, que conhecimentos, que moral, que lição de vida essas asneiras “antalógicas” podem fazer a mente de jovens sem estrutura familiar como os de hoje? Sinceramente, a meu ver, seria preferível que não lessem mais a ler tais impropérios disseminados por esses ditos Blogs literários. 

Pois afinal livros como Harry Potter e afins não podem trazer nada de bom a nossa juventude que não seja o prazer de ler e a formação de leitores, não é verdade?

Em meus anos como professora nunca vi tantos alunos lendo, como quando estreou a série de Harry Potter; pude acompanhá-los e ver como o livro adolescente ajudou a amadurece-los como leitores e hoje eles podem escolher entre tantos outros gêneros.

Como professora jamais preferiria que meus alunos não lessem só porque não gosto de suas leituras, como ser humano solidário e militante contra o preconceito jamais impediria meus semelhantes, crianças ou não, de ler o que os deixa feliz.

Como Historiadora sei que esse tipo de preconceito contra tipos diferentes de leituras provocou o Index durante a Santa Inquisição e a destruição de livros durante a Ditadura militar no Brasil, e tantos outros episódios históricos nos quais alguém achou que devia escolher o que a juventude podia e devia ler.

Agora a autora desse texto questiona claramente a atuação de blogs que desejam propagar o gosto pela leitura em uma sociedade que ler tão pouco, apenas pelo fato delas não manterem uma apologia ao clássicos!

Mas será realmente que crianças de 10 a 13 anos estão maturadas suficientes para lerem e entenderem Euclides da Cunha, Eça de Queiroz, Machado de Assis? Será que se eu os obrigar a ler os clássicos eles serão leitores melhores? Minha experiencia diz que não, diz que eles já devem ser leitores experientes para compreender a grandiosidade destes autores e experiencia vem com a prática, vem lendo!

Afinal por que não podemos mudar? a educação e as leituras tem que ser iguaizinhas aos dos séculos passados? Ninguém mais tem autorização para criar, pois afinal  os gênios clássicos já contaram tudo que devia ser dito?
A leitura, literatura e educação, assim como retratou a piada do inicio deste post, devem ficar estagnadas no tempo aquém de toda a transformação na sociedade?


É assim que se conquistam novos leitores? é assim que se conscientiza? Não acho que não.

Me recuso a compactuar com essa idéia preconceituosa, e faço votos para que meus alunos leiam, tudo que for parar em suas mãos as coisas boas e as ruins também, para que eles formem sua própria opinião, para que eles saibam separa o joio do trigo.


E sim! continuarei apoiando todo tipo de literatura infanto juvenil que faça meus alunos ávidos por tv, internet e afins se debruçarem por oras a fio lendo livros com mais de 500 paginas como são o livros de Harry Potter, Peacy Jackson e tantos de outros de literatura fantástic
a, quanto aos "erros" ou "anacronismos"  que esses e outros livros possam vir a ter não se preocupem é ai que começa meu papel como professora, é ai que começa o papel de qualquer professor e adulto próximo de uma criança que está começando a se tornar uma leitora, discutindo o que eles já sabem, mostrando outras formar de ver, apresentando outras verdades e principalmente afirmando que todo conhecimento é válido e que toda leitura é válida.

Fernanda Araujo esse post é para você, que assim como eu e tanto outros caçadores e caçadoras de livros, autores de Blogs literários lutam para promover e democratizar a leitura.



EVOEH a todos!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Hoje é Carnaval...


Para quem gosta de carnaval ótimo! Mas e quem não gosta?


Não me enquadro em nenhum dos quesitos, não é que não goste de carnaval, lembro-me até que na infância participava dos bailinhos, me fantasiava e tudo, mas na adolescência a coisa mudou, cheguei a ir algumas vezes na Madre Deus, com um grupo de amigos mas foram poucas vezes, a medida que fui amadurecendo o carnaval como conheço começou a ficar cada vez mais distante, os tumultos, os beijos indesejados, o perigo, as músicas... 
Tudo aos meus olhos começou a ficar incrivelmente aterrorizador, mas os dias de folgas continuaram fantásticos, meu carnaval começou progressivamente a ficar mais calmo, nem por isso menos divertido.

No carnaval costumo visitar amigos para assistir filmes, fazer churrasco e até beber um pouquinho, nada de exageros, brincamos a nossa maneira e isso é muito legal.

Não tenho vontade de está nas ruas, mas não recrimino quem vai, do mesmo modo acho no mínimo preconceituoso quem me taxa de chata ou de "crente" só por que não curto o carnaval como a massa faz.

Ora quer dizer que não há meio termo? Se não estou na folia é porque sou protestante? Deveria ir para um retiro espiritual?

Há pessoas que sentem-se bem em fazer isso e eu acho louvável, é uma momento de alegria e sim já participei de vários retiros, nenhum no carnaval, mas sei o quanto é bom está com pessoas que pensam parecido com você, mas isso não que dizer que o outro, por ser diferente é o errado. O mundo não é uma dicotomia que você só pode escolher entre dois lados, nós somos bem mais complexos que isso.

Se bem me lembro o carnaval festeja, também, a diversidade portanto por quê estranhar formas diferente de vivenciá-lo?

Se eu quero foliar, deixa!


Se eu quero me espiritualizar, deixa!


Se eu quero o equilíbrio entre as duas coisas por quê não?

Deixe-se levar por aquilo que te faz feliz! E não esteriotipize quem o faz diferente de você.

Esse é o segredo de uma boa festa, não importa o tipo. Sem preconceitos é Melhor e de fato fato feliz;



Tenham um bom Carnaval de todas as formas que você preferir!


Evoeh!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Coleções...

Coleção de DVD's e estatuas egípcias
Coleção de DVD's e estatuas egípcias
Cenas do Egito Antigo
Sabe aqueles momentos em que você não sabe ao certo por que, mas precisa desesperadamente de determinado objeto apenas para apreciá-lo? Sabe aquele sentimento de felicidade quando você coloca lado a lado os objetos de sua apreciação? ou ainda você já foi alvo das célebres frase: você vai comprar mais um desse? mas você já tem tantos?  mas pra que isso? Cuidado isso tá virando um vício!

Pois é, se você já sentiu ou ouviu alguma coisa das descrita acima, meus parabéns (ou será pêsames) você está no seleto clube dos colecionadores.
Coleção de garrafinhas de coca-cola

 Segundo o olho que tudo ver e tudo sabe (Google) que nos direcionou a Wikipédia, Colecionador é o indivíduo ou instituição que faz coleção dos mais variados objetos. 

É certo que esse conceito é muito ínfimo para nos descrever, ser colecionador é algo difícil de explicar, não é só guardar coisas é a sensação de vê-las justas, é a vontade e o desafio de terminar algo que na maioria das vezes não tem fim, e é bem ai que reside o problema de um colecionador, pois a pequena sensação de felicidade que colecionar nos traz também pode nos levar a transtorno realmente sérios como o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), que é muito mais comum do que se imagina.

Colecionar é algo bom, prazeroso, desenvolve habilidades como perseverança, paciência, ordenação, memória, mas como tudo na vida não deve ser levada ao extremo. Aquela vontade que eventualmente sentimos para adquirir um objeto colecionável é comum, mas quando ela não pode ser controlada é sinal de compulsividade e aí companheiro é pulo para o transtorno.

Escrevi esse post porque sou uma colecionadora, as fotos legendadas que foram postadas são algumas peças de minhas coleções pessoal ( é eu tenho muitas coleções), incentivo meus alunos a colecionar algo que gostem pois acredito nas coisas boas que isso podem trazer, mas como educadora também é meu dever alertar para que fiquem muito atento a sua manias, converse com outros colecionadores, troque experiencias e aprenda a se conhecer e observar quando é hora de parar, assim você continua mantendo um hábito saudável e não atravessa a fronteira da sanidade.

Coleção de sapinhos


EVOEH a todos!