Quando cheguei em casa naquela noite, estava exausta. Passei o dia todo trabalhando, em pé com uma dor de cabeça infernal, tudo que queria era descansar e como de práxis me joguei no sofá, minha irmã na outra poltrona começava a falar do seu dia, quando de repente, como se lembrasse de algo que precisava me contar, se virou para mim e disse:
- Você não imagina quem morreu hoje! Não é nenhuma celebridade artística, mas era muito importante para a tecnologia.
Imediatamente lembrei-me de uma reportagem sobre o gênio da Apple, na qual falava da sua saída da empresa e de sua doença, lembro-me de suas fotos, assustadoras devidas seu estado quase cadavérico.
Quando falei Steve Jobs, minha irmã apenas confirmou minhas suspeitas, fiquei triste, postei isso nas páginas de meu “face” e vi um amigo me recriminar, afinal qual meu contato com Steve Jobs?
Ora nenhum, a não ser que sou mais uma das centenas de milhares de pessoas que utiliza as máquinas inventadas por ele.
Minha tristeza por Steve Jobs é semelhante a tristeza que sinto quando alguém a quem não conheço, mas respeito muito morre. Evidentemente ele foi antes de tudo um gênio, mas meu respeito a ele vai além de sua genialidade, meu respeito a ele reside na sua perseverança e na sua capacidade de se reinventar.
Como todas as mídias já falaram Jobs foi rejeitada por sua mãe biológica, uma universitária que prezava tanto a graduação que não quis ou não pode ficar com filho e entregou à adoção, seu único desejo era que os pais da criança fossem graduados, o casal escolhido foi um advogado e sua esposa, que quando chegou a hora de buscar a criança desistiu, pois queriam uma menina. Assim os pais de Steve Jobs foram um operário, que não terminou o 2º grau, e uma dona de casa, que foram buscá-lo assim que contatados.
Ele cursou o High School, provavelmente sofrendo Bulying (ele era o próprio esteriótipo de Nerd), entrou na faculdade, mas desistiu, acreditando que o esforço dos pais para pagá-la não valia a pena, convenceu-os. Ele abandonou a universidade, mas não as aulas que passou a assistir como ouvinte, passou a dormir, de favor, no chão do quarto de amigos, andava mais de 10km até templos budistas para ganhar um prato de comida, estudava só e se reinventa, montou com um amigo, no quintal de sua casa, o que seria um dia uma das maiores empresas de tecnologia do planeta, apostou na idéia de um computador pessoal.
Vence, cresce, enriquece e é demitido, pelo sócio, da empresa que ele mesmo criou.
Não desiste, se reinventa, aposta tudo em uma nova empresa, cria a Pixar e lança nos cinemas Toy Story, Sucesso! A Pixar toma proporções grandiosas ao ponto de sua maior concorrente, a Disney, resolver comprá-la, não havia como vencê-la.
E Jobs novamente vence, é chamado para voltar a sua antiga empresa e volta com mais novidades, IPod e IPhones... E a Apple decola a uma magnitude inimaginável.
Até que veio o câncer, um tipo raro, agressivo, no pâncreas, o próprio médico disse para ele deixar seus negócios em ordem e realmente ele deixou, surgiu os IPads.
Mesmo diante da morte ele continuou sendo o que ele sabia ser, Gênio!
É por isso que eu o respeitava e admirava.
Ele assim como, Bill Gates e Mark Zuckerberg, mostraram que mesmo sendo nerds, humilhados, excluídos e rejeitados, na infância e adolescência, quando se tem perseverança e coragem há como se tornar um vencedor.
Evidentemente quando se é o adolescente a espera pelo futuro pode e é assustadora, mas não há nada mais rico que o amadurecimento e isso só podemos perceber com o tempo, coisa que Jobs retrata como ninguém.
Em seu discurso em Stanford, uma das mais prestigiadas universidade dos EUA, ele deixa a seus ouvintes três histórias de sua vida, que na minha interpretação pode ser sintetizada em algumas lições:
1. Você não pode conectar os pontos olhando para frente, você só pode fazer isso olhando para trás, portanto você tem que confiar que um dia eles serão ligados.
2. Você tem que descobrir o que ama, seu trabalho vai preencher uma grande parte de sua vida e a única maneira de está satisfeito é acreditar que é um ótimo trabalho e a única maneira de fazer um trabalho excelente é você amar o que faz.
3. A morte é provavelmente a melhor invenção da vida, pois ela é o agente de mudanças, ela tira o velho do caminho e abre espaço para o novo. Hoje você pode ser o novo, mas inevitavelmente você será o velho algum dia, em outras palavras seu tempo é limitado, portanto não o gaste sendo quem você não é. Tenha coragem de seguir seu coração e intuição elas já sabem o que você quer mesmo antes de você se dar conta disso.
O vídeo já virou hit na net e eu vos deixo para que tirem suas próprias conclusões.
Eu já tirei as minhas;
PS: Meus agradecimentos a Mariza Nobre que de certa forma me incentivou a escrever esse texto. O vídeo também é dedicado a você Mariza e a Vinícius, espero que ele contribua em algumas decisões.
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